Inscrições abertas
Local: DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA - DFI
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Vagas disponíveis: 25
Quinta - Feira 08/08/2013
Horário: 7h:30min - 11h:00min
Quinta - Feira 08/08/2013
Horário: 7h:30min - 11h:00min
Alexandre Jordão Baptista - UFMA
O
diálogo oral argumentativo é pouco explorado enquanto atividade didática.
Constituindo o ponto cego do ensino e da aprendizagem da Filosofia. Isso chama
a atenção não apenas por que na história da filosofia o diálogo oral
(argumentativo) é uma das formas privilegiadas de expressão dos grandes
filósofos (Sócrates e Epiteto, por exemplo, não escreveram nenhum livro e
Platão, ao que parece, possuía uma doutrina oral diferente de sua obra
escrita), mas, principalmente, porque no que diz respeito à filosofia como
disciplina escolar instituída, o diálogo oral (argumentativo) parece também
possuir uma grande importância. Pelo menos é o que se entende das orientações
estabelecidas pelos PCNs referentes ao ensino de filosofia no Ensino Médio onde
é dito que a competência e habilidade de “debater, tomando uma posição,
defendendo-a argumentativamente e mudando de posição em face de argumentos mais
consistentes” é uma espécie de “competência-síntese” de todas as competências
previstas a serem desenvolvidas pelos alunos através das aulas de filosofia.
Nesse
sentido, o diálogo filosófico possui uma legitimidade ética e política fundada
sobre a maneira pela qual o ensino filosófico cumpre especificamente as
finalidades formativas atribuídas à escola. Uma interação escolar entre
pessoas, quando situada num nível filosófico, é um elemento estruturante de
socialização do indivíduo na medida em que estabelece uma abertura ao outro,
fundada na escuta, na tolerância, na interação verbal regrada, na busca por
fundamentos comuns, etc. Também é produtor de humanização uma vez que cada
aluno é levado a se posicionar, enquanto pessoa, em relação aos problemas
existenciais, fundadores da interrogação humana. Além da função socializante e
humanizadora, o diálogo filosófico prepara o aluno para a cidadania. De fato,
não existe regime democrático sem o direito de expressão e sem discussão
pluralista e tampouco democracia sem argumentação. Na medida em que o diálogo
filosófico exige que se convença racionalmente e não demagogicamente, ele
aparece como um salvaguarda contra toda espécie de corporativismo, de
integralismo, de fanatismo, de totalitarismo e de preconceitos.
Diante
disso, o curso pretende provocar uma discussão sobre a questão a partir da
exposição e análise do método socrático de debate filosófico tal como ele
aparece em alguns dos principais diálogos de Platão e refletir sobre as
condições de possibilidade dessa atividade em sala de aula.