terça-feira, 6 de agosto de 2013

NOVO MINICURSO

Inscrições abertas

Local: DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA - DFI 

Vagas disponíveis: 25

Quinta - Feira 08/08/2013

Horário: 7h:30min - 11h:00min

Sócrates e o Ensino da Filosofia: aportes metodológicos para uma pedagogia do diálogo filosófico.
Alexandre Jordão Baptista  - UFMA

O diálogo oral argumentativo é pouco explorado enquanto atividade didática. Constituindo o ponto cego do ensino e da aprendizagem da Filosofia. Isso chama a atenção não apenas por que na história da filosofia o diálogo oral (argumentativo) é uma das formas privilegiadas de expressão dos grandes filósofos (Sócrates e Epiteto, por exemplo, não escreveram nenhum livro e Platão, ao que parece, possuía uma doutrina oral diferente de sua obra escrita), mas, principalmente, porque no que diz respeito à filosofia como disciplina escolar instituída, o diálogo oral (argumentativo) parece também possuir uma grande importância. Pelo menos é o que se entende das orientações estabelecidas pelos PCNs referentes ao ensino de filosofia no Ensino Médio onde é dito que a competência e habilidade de “debater, tomando uma posição, defendendo-a argumentativamente e mudando de posição em face de argumentos mais consistentes” é uma espécie de “competência-síntese” de todas as competências previstas a serem desenvolvidas pelos alunos através das aulas de filosofia.
Nesse sentido, o diálogo filosófico possui uma legitimidade ética e política fundada sobre a maneira pela qual o ensino filosófico cumpre especificamente as finalidades formativas atribuídas à escola. Uma interação escolar entre pessoas, quando situada num nível filosófico, é um elemento estruturante de socialização do indivíduo na medida em que estabelece uma abertura ao outro, fundada na escuta, na tolerância, na interação verbal regrada, na busca por fundamentos comuns, etc. Também é produtor de humanização uma vez que cada aluno é levado a se posicionar, enquanto pessoa, em relação aos problemas existenciais, fundadores da interrogação humana. Além da função socializante e humanizadora, o diálogo filosófico prepara o aluno para a cidadania. De fato, não existe regime democrático sem o direito de expressão e sem discussão pluralista e tampouco democracia sem argumentação. Na medida em que o diálogo filosófico exige que se convença racionalmente e não demagogicamente, ele aparece como um salvaguarda contra toda espécie de corporativismo, de integralismo, de fanatismo, de totalitarismo e de preconceitos.

Diante disso, o curso pretende provocar uma discussão sobre a questão a partir da exposição e análise do método socrático de debate filosófico tal como ele aparece em alguns dos principais diálogos de Platão e refletir sobre as condições de possibilidade dessa atividade em sala de aula.